quinta-feira, 10 de junho de 2010

10º dia – Zapala / Santa Rosa

Acordei com o despertador tocando às 7:00 e pulei da cama decidido a sair logo daquela cidade e voltar a ter uma viagem prazerosa, fui para o banheiro, liguei o chuveiro e a água não esquentava, esperei por 15 minutos e o máximo que consegui foi uma água morna, como havia sentido tanto calor durante a noite, não dei muita importância para aquilo, apesar de que por $50,00 e um quarto daqueles, água quente era o mínimo que eu esperava. Tomei um banho rápido, coloquei a roupa que ainda estava um pouco húmida e desci para tomar o café da manhã, chegando lá, fui servido com um café requentado e um croissant que parecia ser feito de borracha. Após o café, fui acompanhado até a garagem para buscar a moto e quando saio do hotel, para completar a minha felicidade, vejo que a neblina estava tão intensa, senão mais, que a noite anterior, parei na frente do hotel e carreguei as coisas.

Segui o GPS até um posto de combustível com loja de conveniência com Internet, eu precisava consultar alguns mapas para definir o caminho que iria seguir, minha intenção era seguir pela Ruta 40 até Mendoza. Após verificar os mapas e consultar frentistas e policiais, fiquei sabendo que para continuar pela Ruta 40 eu teria que enfrentar longos trechos de rípio, estradas desertas e sem postos de combustível, levando em consideração que a bandida possui altura, suspensão e pneus para asfalto e com uma autonomia de pouco mais de 200Km, essas condições se faziam impossíveis para mim. Frustrado por ter passado pelo sufoco do dia anterior por nada, a neblina se manteve implacável durante os 200Km até Neuquén e pancadas de chuva me acertavam a cada meia hora. Chegando a Neuquén, parei no mesmo McDonalds que havia parado na ida e aproveitei para almoçar, após comer, nova pesquisa de itinerário já que a partir dali eu não seguiria pela mesma rota da vinda, era hora de encarar a pampa argentina, região semiárida formada por longas planícies, muito pouco tráfego, fortes ventos e poucos postos de gasolina. Finalmente a chuva e a neblina se foram e desse momento em diante o tempo só melhorou, segui viagem consultando frequentemente o GPS, uma vez que haviam saídas para diversas rotas, me certifiquei que havia um posto de gasolina a 160Km e após entrar na ruta 6, aproveitei para uma tocada mais “esperta”, mantive a velocidade entre 220 e 240Km/h e cheguei no posto de gasolina na “cidade” Casa de Piedra (coloquei entre aspas pois se aquilo é uma cidade, meu nome é Napoleão Bonaparte) já na reserva. Ali começariam meus problemas com dinheiro, eu não carregava muito e dali até Santa Rosa nenhum posto aceitava cartões de crédito. Após o abastecimento e sabendo que a distância entre os postos aumentaria, fui obrigado a baixar o ritmo da tocada, mantive uma velocidade de 120Km/h e no caminho passei por muitos povoados de beira de estrada com postos de combustível bastante precários, procurei não pensar muito na qualidade do combustível e só torcia para que a Bandida aguentasse bem seja lá o que fosse que estava entrando no tanque dela.

Após a estrada deserta, cheguei a Santa Rosa por volta das 20:00 e estava faminto, notei que havia um restaurante no posto Shell onde parei e além de abastecer a Bandida, me abasteci com uma maravilhosa milanesa napolitana. Saciado, saí a procura de um hotel e assim como os postos de gasolina no caminho, também não aceitavam cartões de crédito. Após parar em mais de 5 hotéis, acabei encontrando um que aceitava cartão e estava de acordo com o que eu pretendia pagar por um pernoite, guardei a Bandida na garagem e fui para o quarto, que diferença! O quarto era grande, confortável e tinha água quente! Após um bom banho, chegou a hora de cair no sono, já que o dia de amanhã vai ser puxado, pretendo tocar 900Km até Paysandu no Uruguay.

Nenhum comentário: